sexta-feira, 6 de outubro de 2017


sexta-feira, 6 de outubro de 2017

ENCOSTA DE VULCÃO ABRIGA LOCAL DE ESCULTURA DE MOAIS NA ILHA DE PÁSCOA

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Texto, Vídeos e Fotos: Ronian Carvalho

Moais semi-esculpidos na canteira de pedra da encosta do vulcão Rano Raraku


A cerca de 20 km do vilarejo de Hanga Roa, o vulcão Rano Raraku fica na costa nordeste da Ilha de Páscoa e conta com duas grandes atrações. A principal delas é a canteira de pedra na sua encosta onde os Rapa Nui esculpiam os famosos moais da ilha. A outra, menos famosa, mas não menos interessante, é a própria cratera do inativo Rano Raraku, que não lembra em nada o poço de lava que ela foi um dia.

Canteira de pedra na encosta do vulcão Rano Raraku: onde os moais eram esculpidos

Logo após passar pelo controle de entrada, onde um guarda-parque carimba o boleto de entrada no Parque Nacional Rapa Nui, os visitantes seguem subindo a encosta do Rano Raraku por uma curta trilha, que mais à frente se bifurca. O caminho da esquerda leva à cratera do vulcão e o da direita segue em direção à canteira de pedra, onde os moais eram esculpidos com talhadeiras de basalto. Neste a trilha se divide em diversas outras menores e passa em meio a dezenas desses seres de pedra, todos inacabados. Alguns se encontram em pé, outros inclinados ou até mesmo deitados. Muitos têm apenas a cabeça à mostra. Misteriosamente as obras de escultura e transporte desses moais parecem ter sido paralisadas de repente e ainda estar à espera de serem terminadas.

Trilha em meio aos moais inacabados


Se os moais eram esculpidos nas íngremes encostas desse vulcão, pesavam ao menos 5 toneladas e a maioria tinha mais de 4 metros de altura, como puderam os Rapa Nui transportar todos os seus mais de 900 exemplares aos diversos lugares da Ilha de Páscoa? Considerado o maior mistério da ilha habitada mais isolada do mundo, há diversas teorias para isso. Versões fantasiosas alegam que os moais tomavam vida e caminhavam sozinhos ou que eram traslados com ajuda de extraterrestres. Uma teoria mais séria diz que os Rapa Nui amarravam cordas na altura dos olhos dos moais e os arrastavam de pé, balançando-os periodicamente para os lados para mantê-los equilibrados. Outra teoria diz que eles eram transportados encima de plataformas de madeira, o que explicaria o motivo de quase não haver árvores na ilha, já que os Rapa Nui teriam derrubado todas para fazer o traslado dos moais. Isso também seria o motivo pelo qual a população da ilha teria sido radicalmente reduzida por volta do século XVI da era cristã: a quase ausência de árvores teria levado a ilha a um colapso ambiental, que teria provocado guerras entre as tribos por disputa dos escassos recursos naturais. Verdade ou não, é uma grande lição para a humanidade, né?

A bela cratera do vulcão Rano Raraku


Voltando à trilha inicial para seguir o caminho que leva à cratera do Rano Raraku, o visitante pode se decepcionar um pouco se já tiver conhecido a do Rano Kau. Após subir uma escada talhada na encosta do vulcão, chega-se a uma leve depressão quase circular com um lago cheio de arbustos no meio. Algumas árvores contorcidas ao redor completam o astral "tranquilo demais" do local. Mas, por segurança, é proibido descer ou até mesmo se aproximar do lago.

Na cratera do vulcão Rano Raraku

Outra atração que não está no vulcão, mas que fica bem perto, é o Ahu Tongariki. De determinados trechos da trilha que passa pela canteira de pedra do Rano Raraku dá para se ter uma ótima vista desses quinze moais enfileirados lado a lado, além de toda a costa leste da Ilha de Páscoa. Esse é o maior altar de moais e, pela sua quantidade de seres de pedra, é o que mais impressiona o visitante. Muitas pessoas não se contentam apenas em fotografá-lo, mas também tentam tocá-lo, o que é proibido e bem fiscalizado pelos guarda-parques do local. Outras acabam meditando ou se ajoelhando em frente a esses quinze seres majestosos.

Ahu Tongariki: exército de moais se apresentando


Há diversas formas de se chegar ao Rano Raraku. Os de orçamento mais folgado podem alugar carros ou motos para percorrer a Ilha de Páscoa ou contratar excursões que visitam os principais pontos turísticos da ilha e que custam cerca de CLP$25000. Já os viajantes low cost podem alugar bicicletas e pedalar bastante, pedir carona para os simpáticos Rapa Nui, que não perdem a chance de interagir com os visitantes, ou até mesmo caminhar exaustivamente sob o sol da Polinésia apreciando o azul infinito do Pacífico na costa leste da ilha. Tudo é válido para não se deixar de visitar o incrível local de origem dos enigmáticos moais.

Extensão da costa leste da Ilha de Páscoa vista a partir da canteira de pedra do vulcão Rano Raraku

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